Cada vez que me mudava para uma nova cidade, tinha que recomeçar a minha vida: nova casa, novo idioma, nova cultura, clima, colegas, amigos, mentalidade, tradições, comida… novo estilo de vida! E isso foi extremamente emocionante, cada vez eu acabava por me acostumar ao novo, e cada vez acabava pensando que ia ficar, que ia me estabeler ali, e que não teria mais que mudar de país.
Criava um vínculo com o meu novo lugar, com os novos hábitos, com as novas pessoas que entravam na minha vida, com o que meus olhos se acostumavam, com todos os novos sentimentos e sensações. Lembro que em qualquer lugar eu chegasse, eu recusava a ideia que dalì a um tempo eu ia mudar novamente de país, tinha certeza de que teria encontrado ali minha estabilidade, minha dimensão, por entanto, não ia ser mais preciso me deslocar.Pra que eu deveria mudar se estou tão bem aqui onde estou? Mudança muitas vezes significa incerteza, então o medo começa a bater. Eu não queria afrouxar minhas cordas salva-vidas, minhas âncoras novamente. E mesmo assim, no final, continuei mudando. Os ciclos sempre se fechavam, as coisas sempre chegavam ao fim.
E toda vez eu tive que sair e seguir em direção a uma nova missão. Certamente com dor e um peso interno ao aceitar que a minha experiência estava acabando, mas foi exatamente isso que me permitiu voltar a viver algo novo.
A cada ciclo fechado tive a oportunidade de abrir um novo, em outro lugar no mundo. E literalmente: algum lugar que eu nunca poderia ter imaginado.A mudança é percebida na nossa mente como algo desconhecido, portanto, como algo perigoso. Até que você a viva plenamente (de forma inteligente e programada claro, e também com um pouco de loucura).
Mas a mudança nem sempre precisa ser tão drástica como mudar-se para o outro lado do mundo ou fazer algo extremo. Existem pequenas mudanças diárias, mais fáceis ou mais difíceis de gerir, relacionadas com a nossa vida emocional, com as nossas crenças e rotinas diárias. Mudanças desse tipo, uma vez aceitas e postas em prática, podem mudar completamente a nossa vida.